25 de agosto de 2015
Trisul instala sistema de aproveitamento de água em novos empreendimentos residenciais; Secovi-SP lança primeiro capítulo do Manual de Sustentabilidade Condominial
Por Fabio Penteado
A construtora e incorporadora Trisul acaba de divulgar que implantará em todos os seus novos empreendimentos residenciais um sistema de aproveitamento de água. O objetivo é reutilizar a água proveniente dos chuveiros e dos lavatórios dos apartamentos para as descargas dos sanitários e para a limpeza das áreas comuns do térreo, como lavagem de pisos e irrigação dos jardins.
O diretor de Engenharia da Trisul, Roberto Pastor, explica que essas águas serão captadas, passarão por um processo de filtragem e serão armazenadas em uma caixa d´água instalada no subsolo. Ele continua dizendo que após isso essa água seguirá para as tubulações que abastecem os vasos sanitários das unidades e também será reutilizada em alguns serviços nas áreas comuns. De acordo com o executivo, o tamanho da caixa d´água varia em função do empreendimento.
Segundo Pastor, o gasto diário de água nos vasos sanitários, em um empreendimento de aproximadamente 90 unidades, é de 10 m³. “Com esse nosso novo sistema conseguimos captar, dos chuveiros e lavatórios, cerca de 50 m³ ao dia”, afirma.
O diretor garante que o impacto do custo da implantação do reuso de águas dos chuveiros é baixo – de 1% a 1,5% no valor total da obra. “Os gastos com todos os equipamentos e instalações são muito baixos. Já o retorno, esse sim, é grande, cerca de 10% de economia no consumo de água proveniente da fornecedora”, calcula.
De acordo com o diretor, mesmo em terrenos pequenos é viável a implantação desse sistema. “O espaço necessário para a instalação da caixa d´água, geralmente no subsolo do empreendimento, é de apenas 12 m². Isso equivale a uma vaga grande de garagem”, frisa.
Esse sistema de reutilização das águas dos chuveiros já foi implementado no canteiro de obras do empreendimento Latitude Vila Mascote, em São Paulo. “A água também está sendo filtrada e reaproveitada para a descarga dos sanitários e para a lavagem do canteiro”, conta.
O reaproveitamento dos recursos, a seca e a crise hídrica são alguns dos principais motes da cadeia atualmente. Prova disso, é o lançamento do primeiro capítulo do Manual de Sustentabilidade Condominial, iniciativa do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). O objetivo é o de que síndicos, funcionários de condomínios e profissionais que atuam em administradoras tenham acesso a várias orientações sobre otimização do uso de água potável, controle do consumo, correção e prevenção de vazamentos, priorização de equipamentos economizadores e dicas para mudança de hábitos.
Para o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, estas e outras medidas, somadas à conscientização dos condôminos, funcionários e gestores de condomínios, poderão ajudar a mudar a realidade do prédio, tanto no combate ao desperdício como no equilíbrio da conta de água do condomínio.
Segundo Gebara, o consumo de água em um condomínio responde pela segunda maior despesa ordinária – estima-se entre 12% e 15% –, ficando atrás apenas de mão de obra e encargos. “Mesmo assim, há desperdício em quase todos os conjuntos residenciais e comerciais, seja nas áreas comuns, seja nas unidades autônomas”, diz.
De acordo com o diretor de Sustentabilidade Condominial do Secovi-SP, Geraldo Bernardes Silva Filho, os prédios mais novos já estão mais preocupados com o controle do consumo de água, o que ajuda à medida que cada unidade sabe o quanto gasta e o quanto paga com esse recurso. “Os que implantarem todas as ações propostas pelo manual podem ter economia de 30% a 50%. Todo mundo sai ganhando”, reforça. Para começar, o síndico deve medir, sempre no mesmo horário, o consumo de água de um dia para o outro. Assim, é possível observar a média de consumo e controlar possíveis desvios.
Outra sugestão é colocar arejador ou redutor de vazão nas torneiras e chuveiros de cada unidade, começando dos andares mais baixos para os mais altos. Com a função de acrescentar oxigênio à água, eles chegam a economizar até 80%.
A versão impressa do primeiro capítulo será encartada na revista Secovi Condomínios e poderá ser adquirida na biblioteca do Secovi-SP. Já a versão eletrônica estará disponível para download gratuito (Faça o download clicando no link ao lado manual-de-sustentabilidade-condominial-economia-de-agua) .