7 de outubro de 2015
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
O nível de emprego na construção civil brasileira recuou 1,55% em agosto na comparação com o mês anterior, desconsiderando os fatores sazonais*. Essa é a 18ª queda consecutiva do indicador, segundo a pesquisa de emprego realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Em 12 meses, o número de demitidos em todo País na construção foi de 446,9 mil trabalhadores. Com base nesses dados, o SindusCon-SP projeta o corte de 535 mil postos no setor em 2015, queda de 11% em relação ao mesmo período de 2014.
“Por falta de perspectivas, a indústria da construção está descendo ladeira abaixo e desempregando, o que é péssimo para o país”, comenta José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP. “Enquanto não houver horizonte para a superação da crise, o governo deveria ao menos colocar em dia os pagamentos do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida, evitar novas elevações de tributos como a que está sendo preparada com o PIS/Cofins e seguir desarmando as pautas-bomba que oneram irresponsavelmente as contas públicas.”
O segmento imobiliário foi o que teve a maior retração (-2,14%), seguido de Preparação de Terreno (-1,76%), Serviços de Engenharia (-1,34%) e Incorporação de Imóveis (-1,32%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados anuais foram observados no Centro-Oeste (-16,36%), onde a retração do mercado setorial no Distrito Federal responde pela maior parte dos postos fechados. E no Norte (-14,06%), prejudicada pelo fim das obras de Belo Monte e o adiamento das obras da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará.
Fonte: SindusCon-SP
** Os dados consideram os fatores sazonais
O emprego caiu 0,76% em agosto, já descontada a sazonalidade, desacelerando em relação à queda observada em julho, de 0,95%. No acumulado ano, a redução do número de empregados no estado foi de 6,94% em relação ao mesmo período de 2014, sendo que a área de infraestrutura responde pelo pior desempenho (-9,90%).
Na mesma base de comparação, entre as regionais, Presidente Prudente tem a maior queda, de 26,8%, devido ao fim do ciclo imobiliário e a piora do cenário econômico. Na capital, que responde por 46% do total de empregos no setor, a queda até agosto foi de 7,07%, nessa mesma comparação.
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.