PIB da Construção deve fechar 2015 com queda de 8%, prevê SindusCon-SP

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Para 2016 redução prevista é de 5%. Crise política e a ausência de novos investimentos públicos e privados terão grande impacto

Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) estima queda de 8% do PIB da construção em 2015 e redução de 5% para 2016. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) em coletiva de imprensa na sede da entidade.

No terceiro trimestre, o PIB da construção apresentou o pior resultado acumulado em três trimestres desde 2003. Entre os principais fatores que contribuíram para as estimativas pouco animadoras, estão crescimento expressivo do desemprego, retração dos investimentos públicos e privados e consequente diminuição da renda e da confiança das famílias e das empresas.

Contribuem para esse cenário, a deterioração do cenário político e econômico e atrasos nos pagamentos do Minha Casa, Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “A indústria da construção é favorável a uma resolução rápida da crise política, fundamental para a retomada das medidas destinadas ao ajuste fiscal e à consequente manutenção do grau de investimento. Mas queremos simultaneamente a adoção de medidas que abreviem a recessão e levem à retomada do crescimento”, afirma o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.

“Será fundamental atrair capitais privados nacionais e estrangeiros para novas concessões e PPPs, indispensável prosseguir com o MCMV e o PAC e ampliar a captação de recursos para financiamento imobiliário.”

Entre 2014 e 2015 o setor perdeu mais de 780 mil postos de trabalho. A expectativa é fechar o ano com o corte de 557 mil vagas, sendo 94 mil apenas no Estado de São Paulo. Em outubro, a construção civil brasileira já acumulava a perda de 508,2 mil empregos nos últimos 12 meses, de acordo com dados da pesquisa realizada pelo SindusCon-SP, com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.

Recordes indesejados

Realizada pelo SindusCon-SP desde 1999, a última Sondagem Nacional da Indústria da Construção do ano apresentou alguns recordes indesejados. Nunca antes na série histórica da pesquisa a percepção dedesempenho da atividade atual das empresas atingiu patamar tão baixo, com 24 pontos – 47% abaixo da média histórica.

O resultado mais baixo apurado na sondagem foi o indicador que avalia as expectativas de crescimento econômico, que ficou 80% abaixo da média histórica, atingindo 15 pontos. As últimas revisões realizadas pela maioria dos analistas para o PIB de 2015 e 2016 contribuíram para o inédito pessimismo setorial em relação à atividade econômica. Já sobre a percepção dos empresários sobre a condução da política econômica, a pesquisa apresentou uma leve melhora, para 15,2 pontos, mas no ano o indicador continua indicando queda de 13,7%.

Importante reforçar que a avaliação negativa em relação à situação corrente, que tem sido acentuada desde o início do ano, já contamina a percepção de futuro. O indicador de perspectivas de desempenhoalcançou sua pior marca desde o início da pesquisa, de 25,2 pontos. Outro recorde negativo veio na percepção sobre dificuldades financeiras, cujo indicador atingiu 69,7 pontos, refletindo o cenário de alta dos juros e condições mais restritivas de crédito. Nesse caso, valores acima de 50 significam dificuldades maiores.

O pessimismo em relação à evolução dos custos setoriais nos próximos meses aumentou na comparação com o resultado observado há 12 meses, chegando a 45,4 pontos, mas ainda está acima do piso observado em 2008.

Questões estratégicas

Nesta edição, a sondagem incluiu uma avaliação sobre as políticas adotadas pelo governo (como reoneração da folha de pagamento, redução das contratações do MCMV, nova regulação da terceirização etc.) e expectativas de médio e longo prazo para crescimento e estratégias de negócios.

No que diz respeito à adoção de novas tecnologias ou investimentos em máquinas e equipamentos, a maioria revelou baixa disposição de realizá-los em 2016. No entanto as empresas indicaram intenção de promover mudanças organizacionais, o que pode envolver alterações relevantes de quadros, alteração de governança, do número de setores/departamentos, no relacionamento com investidores. Outra estratégia de enfrentamento da crise bem considerada pelos empresários é a mudança de segmento de mercado.

Ao serem perguntados sobre os impactos de recentes mudanças de política sobre os negócios, os empresários indicaram que a volta da oneração da mão de obra terá impactos negativos sobre os negócios. Igualmente, a nova regulação da terceirização também afetará negativamente as empresas.

A redução das contratações do MCMV, segundo os pesquisados, deve ter grande influência no desempenho das empresas e piorar anda mais o nível de atividade. Comparativamente, a redução dos investimentos públicos em infraestrutura terá efeito mais reduzido sobre os negócios, o que provavelmente está relacionado ao perfil das empresas que participam da pesquisa, majoritariamente voltadas para a área de edificações.

A maioria dos empresários indicou a necessidade de novos estímulos governamentais para a retomada da economia. Por fim, as empresas não se mostram muito confiantes no seu crescimento de médio e longo prazo, embora acreditem em uma melhora no ambiente de negócios a partir de 2017.

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