14 de novembro de 2016
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
Com a queda de 1,14% no nível de emprego em setembro na comparação com agosto, a construção civil brasileira alcançou a negativa marca de dois anos seguidos de cortes, totalizando 899.913 mil demissões. Foram 30.823 demissões em setembro, deixando o saldo de trabalhadores no setor em 2,678 milhões. Em outubro de 2014, primeiro mês de queda, o estoque era de 3,57 milhões.
Nos primeiros nove meses do ano houve corte de 225.069 vagas. Em 12 meses o saldo negativo é de 460.014 empregos a menos. Desconsiderando efeitos sazonais*, foram fechadas 48.068 vagas em setembro (-1,80%).
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a nova queda do nível de emprego reflete a persistência de escassez de novos investimentos em construção, apesar do otimismo com a condução da política econômica. “Medidas que objetivem o reequilíbrio fiscal, como a instituição de um teto para os gastos públicos e a reforma da Previdência, são necessárias para recuperar a confiança dos investidores. Porém, não bastam para reaquecer a economia”, comenta.
Romeu Ferraz preconiza a necessidade de adoção urgente de outras medidas para estimular a produção e o emprego, como as reformas tributária e trabalhista, a racionalização das despesas do governo, a diminuição dos juros, a elevação da oferta de crédito e a agilização das concessões e parcerias público-privadas da União, estados e municípios.
Segmentação
Por segmento, obras de acabamento e imobiliário registraram as maiores quedas em setembro na comparação com o mês anterior, 1,30% e 1,29% respectivamente. No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário segue apresentando a maior queda (-17,76%), seguido por preparação de terreno (-14,92%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta quase todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Sudeste (-1,36%) e Nordeste (-1,16%). No estado do Rio de Janeiro, foram 6.441 demissões no período na comparação com agosto. Minas Gerais perdeu 2.226 vagas.
Estado de São Paulo
Em setembro, houve queda de 1,27% no emprego em relação a agosto – redução de 9,22 mil vagas. O estoque de trabalhadores foi de 724,8 mil em agosto para 715,6 mil em setembro. Desconsiderando a sazonalidade**, houve queda de 1,29% (-9,27 mil vagas).
No período, o segmento de obras de instalação e imobiliário responderam pelo pior desempenho (-1,93% e -1,50%, respectivamente).
Na capital, que responde por 44,5% do total de empregos no setor, a queda em setembro na comparação com o mês anterior foi de 1,71% (-5.566 vagas). Em 12 meses, São Paulo registra retração de 13,96%.
Entre as Regionais do SindusCon-SP, Santos apresentou a maior queda (-1,84%), seguido por Santo André (-1,67%). A Regional de Presidente Prudente foi a única a apresentar alta – 0,47%.
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.
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