13 de março de 2018
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
A queda de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria da construção em 2017 na comparação com 2016 não surpreende o SindusCon-SP, que ainda espera resultado negativo para o próximo ano. “A desaceleração dos últimos dois anos ainda vai gerar impacto na construção em 2018 devido a inércia do setor”, afirma o presidente da entidade, José Romeu Ferraz Neto. “A estabilidade no último semestre na comparação com o trimestre anterior arrefeceu o ritmo de queda do ano.”
Divulgados no início do mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados ainda mostram que a Formação bruta de capital fixo recuou 1,8% em 2017, puxada pela queda do setor da construção – resultado abrandado pela alta de 2% no último trimestre. Já a Taxa de investimento em 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo do observado no ano anterior (16,1%).
Já em relação ao 4º trimestre de 2016, a construção perdeu 1,6% no volume do valor adicionado, o décimo quinto trimestre consecutivo de queda. “Hoje, pouco mais de 50% da movimentação na indústria da construção está ligada a pequenas reformas familiares. Não temos novas obras iniciando e no ramo imobiliário ainda há estoque disponível”, completa Romeu Ferraz.
Para o SindusCon-SP, é preciso rever o formato de financiamento de obras públicas e habitacionais, para depender cada vez menos do Estado. “Precisamos estabelecer um PMO para elencar as necessidades de infraestrutura e moradia do Brasil, com taxas de retorno definidas pelo mercado, além de segurança jurídica nos contratos”, opina o presidente da entidade. “Temos uma grande oferta de recursos no mundo, mas primeiro precisamos fazer a lição de casa para não repetir os erros do passado.”
Emprego
O setor da construção fechou 2017 com menos 125 mil vagas, uma queda de 5,01% em relação a 2016. Somente em dezembro, o nível de emprego na construção caiu 2,43% (-59.128) na comparação com novembro. Com o desempenho negativo no ano, o estoque de trabalhadores no setor ficou em 2,372 milhões em dezembro de 2017, mesmo patamar de 2009.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).