Certificação sustentável ganha espaço nos imóveis residenciais

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Impulsionada, num primeiro momento, pelos empreendimentos comerciais, a certificação de edifícios sustentáveis começa a ganhar espaço também nos imóveis residenciais

/Por Danilo Vivan/

Segundo o Green Building Council Brasil (GBC), principal credenciadora de imóveis sustentáveis no Mundo, existem atualmente no Brasil 279 edifícios certificados com o selo LEED (sigla, em inglês para Leadership in Energy and Environmental Design), concedido pela entidade a construções que atendam a padrões ligados à sustentabilidade – confira abaixo. Desses, 70% correspondem a empreendimentos comerciais, escritórios e centros de distribuição.

A certificação residencial foi lançada em agosto de 2014. Até agora, dois empreendimentos possuem o selo, um na cidade de São Paulo e outro em São Sebastião, litoral do Estado. A entidade informa, no entanto, que já outros 39 projetos já deram entrada no pedido de certificação.

“Trata-se de um movimento que, por questões econômicas, teve início nos imóveis comerciais, data centers e centros de distribuição, mas que, pouco a pouco, vai chegando aos imóveis residenciais”, avalia o diretor executivo do GBC Brasil, Felipe Faria.

Ele explica que, considerando uma vida útil média de 50 anos para um empreendimento, os custos de construção, em si, representam cerca de 15% do total ao longo desse período. Os 85% restantes correspondem aos custos de operação – gastos com energia, água, manutenções obrigatórias e outros.

Tabela 10

Nessas circunstâncias, a adoção de parâmetros sustentáveis para o consumo de recursos naturais proposta pelas regras do certificado LEED representa, em última análise, economia para as empresas. A redução do consumo de água proporcionada pela certificação chega a 30%. Já no consumo de energia, a queda pode chegar a 40%.

Para os imóveis residenciais, ainda não há uma mensuração sistemática dos resultados. Mas os resultados iniciais são animadores. No primeiro imóvel certificado, um apartamento reformado na cidade de São Paulo, foi constatada uma redução de 12% no consumo de água e de 50% no de energia.

Independente desses números, Faria, do GBC, enxerga, outros elementos de estímulo, como os recentes aumentos do custo da energia, a crise hídrica, que afeta algumas das principais capitais do País, como São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, além de uma tendência cada vez maior de o poder público estimular as construções sustentáveis. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o prefeito Fernando Haddad enviou à Câmara Municipal um projeto de lei estabelecendo descontos de até 12% no valor do IPTU para imóveis que obtiverem certificação de adoção de medidas de redução de impacto ambiental – como uso de aquecimento solar, captação e reuso da água e utilização de materiais menos poluentes durante a construção.

Benefícios

Um apartamento reformado de 470 metros quadrados em São Paulo foi o primeiro imóvel do País certificado com o selo LEED Ouro de sustentabilidade. Mais de 80% dos elementos originais foram substituídos por itens mais modernos e sustentáveis. Confira as modificações e os benefícios obtidos:

-100% dos equipamento eletroeletrônicos com Selo Procel Nível A (máxima eficiência)

-Automação do sistema de iluminação e lâmpadas LED.

-Parede verde e paisagismo com plantas nativas e comestíveis.

-12% de redução energética.

-99% de resíduos desviados de aterro.

-50% de redução do consumo de água.

GBC

Entenda como um imóvel é certificado

O chamado delo LEED (sigla, em inglês para Leadership in Energy and Environmental Design), é emitido pelo GBC para empreendimentos que atenderem a uma série de parâmetros ambientais definidos pela entidade. A adequação total ou parcial a esses itens irá determinar o tipo de certificação entre quatro possíveis: certified (básica), silver (prata), gold (ouro) ou platina (platinum), a mais alta.

Para os empreendimentos comerciais, os parâmetros são: Espaço Sustentável, Eficiência do uso da água, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade ambiental interna, Inovação e Processos e Créditos de Prioridade Regional.

Já nos residenciais (prédios e casas), são avaliados Implantação, Uso Racional da Água, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade Ambiental Interna, Requisitos Sociais, Inovação e Projeto e Créditos Regionais.

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