22 de março de 2016
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
A construção civil brasileira registrou queda de 0,10% no nível de emprego, em relação a dezembro, com o fechamento de 2,8 mil postos de trabalho, considerando os fatores sazonais*. Desconsiderando efeitos sazonais**, o número de vagas fechadas em dezembro foi de 32,1 mil (-1,08%). Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, observa que “pelo segundo ano consecutivo, tivemos redução do nível de emprego em janeiro, um mês que normalmente é de contratações na indústria da construção, depois da queda sazonal que costuma ocorrer nos meses de novembro e dezembro”.
Para ele, “este dado preocupante reforça a necessidade de maior rapidez na adoção de medidas de estímulo à construção, tais como: novas concessões e parcerias público-privadas federais, estaduais e municipais que sejam realmente atrativas aos investidores nacionais e estrangeiros; desburocratização na aprovação de projetos e financiamentos; e incentivos à industrialização de obras”.
Por segmento, preparação de terrenos teve a maior retração (-1,08%) em janeiro em comparação a dezembro, seguido pelo de infraestrutura (-0,90%). No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário apresentou a maior queda (-17,61%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-1,89%), e no Nordeste (-0,69%).
Em janeiro, o emprego registrou aumento de 0,76% em relação a dezembro, considerando efeitos sazonais, com 5,7 mil novas vagas. Desconsiderando a sazonalidade, o declínio no período foi de -0,76% (- 6 mil vagas).
No período, o segmento obras de instalação respondeu pelo melhor desempenho (1,53%). O estoque de trabalhadores subiu de 767,8 mil em dezembro para 773,6 mil em janeiro.
Em 12 meses, entre as regionais, Presidente Prudente apresentou a maior queda, de 16,13%. Na capital, que responde por 45% do total de empregos no setor, a retração no mesmo comparativo foi de 11,49%.
Toda a série de emprego da construção, desde dezembro de 2013, foi revisada após a divulgação do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) 2014 do MTE. O estoque vinha sendo ajustado mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) desde a RAIS de 2013.
No estado de São Paulo, a partir da consolidação do estoque de 2014, foi possível notar que apesar da queda do número de postos de trabalho de dezembro de 2013 em comparação ao mesmo período de 2014, ela não foi tão acentuada como vinha indicando o acompanhamento mensal do Caged. A tabela abaixo mostra que a variação de estoque entre estes dois momentos foi de -2,0% e não de -3,7%.
No Brasil, as estatísticas da RAIS mostraram que o número de vagas diminuiu para 3.386.345, e não para 3.318.694, o que representou uma diferença de 2% em relação ao estoque obtido via Caged.
**A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.