Dia Mundial da Água: setor imobiliário investe em práticas sustentáveis

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Construtoras adotam modelos de reutilização da água em seus empreendimentos

Por Fabio Penteado

A questão da correta e racional utilização dos recursos hídricos há algum tempo ganha espaço em diversos setores da economia. A crise hídrica que atingiu principalmente a região Sudeste do país em 2015 mostrou mais uma vez a relevância do tema.

Na semana do Dia Mundial da Água, comemorado ontem  (22/3), o Sonho do Primeiro Imóvel mostra que no segmento imobiliário não é diferente e os variados aspectos relacionados ao uso racional da água ganham cada vez mais importância na definição de estratégias das construtoras.

A construtora Tarjab é um bom exemplo. Segundo o diretor-técnico, Sérgio Domingues, a companhia aplica em todos os seus empreendimentos dois modelos para a reutilização da água. O primeiro é o de água pluviais, que segue padrões especificados pela empresa. “Entendemos ser viável tecnicamente, já que demanda um acréscimo de custo já incorporado em nosso processo construtivo e também um local físico sem grandes intervenções para sua alocação”, diz.

O segundo reúso é o de águas cinzas. “Este sistema compreende uma análise técnica de viabilidade em relação às interferências entre todas as instalações elétricas e hidráulicas, principalmente”, resume. Além disso, completa, deve levar em consideração a alocação física, pois há a necessidade de previsão de espaço físico das áreas dos barriletes inferiores e superiores e caixas d’água totalmente segregadas a fim de garantir a integridade da água potável advinda da concessionária.

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De acordo com o executivo, ambos os sistemas são contemplados na fase de projeto, pois, caso contrário, às intervenções para sua viabilidade são traumáticas e demandam retrabalhos e soluções não otimizadas que colocam em risco a eficácia quando implementados. “Para nós, os sistemas de reúso só fazem sentido se contemplados desde a fase de concepção dos projetos para que haja a otimização e a compatibilização com os demais sistemas construtivos do empreendimento”, afirma.

Domingues calcula que a aplicação dos sistemas reduza em até 30% o consumo de água utilizado por um determinado público de uma unidade unifamiliar. “Contudo, está aferição tem dependência expressiva pela gestão deste sistema durante sua operação. Esta correlação está também diretamente ligada à população provisionada que está utilizando este sistema em determinado empreendimento”, lembra.

Além da reutilização da água, a Tarjab desenvolve outras iniciativas sustentáveis, como a medição remota de água, para individualização do consumo de cada unidade autônoma e projeto de iluminação voltado para economia de energia com conjunto de luminárias e lâmpadas eficientes em cada região do empreendimento, além da utilização de sensores de presença em todas as luminárias.

A companhia também lançou seu primeiro edifício residencial com a certificação AQUA, o Residencial Scenarium Braz Leme, no bairro da Casa Verde, em São Paulo. O selo garante a adoção de medidas para a diminuição do impacto ambiental do empreendimento, desde sua obra até sua operação diária.  A Tarjab implantou soluções sustentáveis em 17 de seus empreendimentos entregues nos últimos cinco anos.

Outra construtora que também vem adotando projetos com sistemas que preservam o meio ambiente é a Trisul.

O empreendimento Place Madalena, em São Paulo, será entregue com sistema de aproveitamento de água de chuveiros e lavatórios dos apartamentos. Essa água será reutilizada nas descargas dos sanitários dos apartamentos e para a limpeza das áreas comuns, como lavagem de pisos e irrigação dos jardins. O empreendimento também contará com espaço reservado para instalação de placas solares que permitirão a captação de energia limpa, contribuindo para a preservação das reservas naturais e para a economia de custos do condomínio.

Roberto Pastor, diretor Técnico da Trisul, explica  que o impacto do custo de implantação do sistema de aproveitamento de água é de 1% a 1,5% do valor total da obra. “O retorno é significativo: cerca de 10% de economia no consumo de água proveniente da fornecedora”, diz o diretor.

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