14 de julho de 2016
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
A construção civil brasileira registrou queda de -1,17% no nível de emprego em maio, em relação a abril, com o fechamento de 33,2 mil postos de trabalho. A 20ª queda consecutiva (desde outubro de 2014) levou o saldo de trabalhadores a cair para 2,7 milhões, o mesmo patamar de abril de 2010. Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
No acumulado do ano foram cortadas 106,1 mil vagas. Em 12 meses, o total de cortes chega a 462,3 mil trabalhadores. Desconsiderando efeitos sazonais**, o número de vagas fechadas em maio foi de 37,1 mil (-1,31%).
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, atribui a queda do emprego na construção à falta de generalizada de novos contratos de obras. “Diante dos últimos números, elevamos de 250 mil para quase 500 mil a projeção de vagas a serem fechadas pela construção brasileira em 2016.”
Segundo Romeu Ferraz, “se esta projeção se confirmar, a indústria da construção terá suprimido 1,1 milhão de empregos formais no triênio 2014-2016, com todas as implicações econômicas e sociais negativas sobre o desenvolvimento do país. Mas isso ainda pode ser evitado com medidas imediatas, tais como investimentos emergenciais em infraestrutura da União, dos estados e dos municípios”.
Por segmento, imobiliário caiu 1,58% em maio na comparação com abril, seguido de obras de instalação (-1,55%) e obras de acabamento (-1,34%). No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário apresenta a maior queda (-17,90%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Nordeste (-1,56%) e Sudeste (-1,50%).
Em maio, houve queda de 1,56% no emprego em relação a abril, com redução de 11,7 mil vagas. O estoque de trabalhadores foi de 757,9 mil em abril para 746,1 mil em maio. Desconsiderando a sazonalidade**, houve alta de 0,41% (3,06 mil vagas).
No período, o segmento imobiliário respondeu pelo pior desempenho (-2,04%), acompanhado por de obras de acabamento (-2,01%).
Na capital, que responde por 45% do total de empregos no setor, a queda em maio em relação ao mês anterior foi de 1,88% (-6.442 vagas). Em 12 meses, São Paulo registrou retração de 12,77%.
Entre as Regionais do SindusCon-SP, Sorocaba apresentou a maior queda (-2,91%), seguido por Bauru (-2,06%). Já Santos e Santo André registraram alta, com 1,71% e 0,47%, respectivamente.
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.