5 de maio de 2015
Por Fabio Penteado
O mercado brasileiro de imóveis é cíclico. A afirmação pode não ser novidade para aqueles que atuam no setor, mas é um alento em meio ao cenário de incertezas econômicas que o País passa atualmente. O portal Sonho do Primeiro Imóvel ouviu diversos executivos do segmento no evento Summit Imobiliário a fim de traçar um panorama atual e as perspectivas para o mercado. Apesar de cautelosos, todos são unânimes em afirmar que, sim, o cenário é bastante positivo.
Para o presidente da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci Brasil), Basílio Jafet, o mercado imobiliário brasileiro nunca pode ser desprezado. “São 200 milhões de habitantes e 70 milhões de famílias”, pontua. De acordo com ele, os investidores estrangeiros, após um período de análise, recomeçam a enxergar as potencialidades do Brasil.
O diretor-executivo do Morgan Stanley Brasil, Gonçalo Bernardo, ratifica o que diz Jafet. “Estávamos avaliando o setor, mas independente da situação atual é preciso investir no Brasil”, afirma. Ele, porém, faz algumas ressalvas. Na opinião do executivo, para proporcionar ainda mais segurança aos investimentos, é necessário aplicar alguns ajustes econômicos e que as medidas adotadas mostrem resultados. “O câmbio necessita de um direcionamento e o investidor deve ter garantias em curto prazo”, opina.
Já o presidente do Citibank no Brasil, Hélio Magalhães, é ainda mais otimista. “Existe bastante espaço para crédito e não vemos risco em concedê-lo”, define. O executivo é enfático e garante que não há no Brasil sinal de bolha imobiliária. Ainda de acordo com o presidente, este é um momento oportuno e seguro para realizar investimentos.
“Existe bastante espaço para crédito e não vemos risco em concedê-lo”
Bernardo, do Morgan Stanley, segue a linha de Magalhães. “Também não acho que há bolha, trata-se de um ciclo natural do mercado”, reforça. O diretor-executivo finaliza dizendo que o Brasil conta com uma base de ativos que torna o mercado seguro. “São diferentes tipos que permitem diferentes negócios”, resume.
O investidor brasileiro acompanha o otimismo estrangeiro. Segundo o Chairman & CEO do Banco BTG Pactual, André Esteves, há uma enorme possibilidade de negócios. “O mercado brasileiro é repleto de empreendedores e oportunidades, tanto para pequenos quanto para grandes investidores”, define.
Quanto à existência de bolha, ele também descarta. Isso porque, explica, não há no Brasil excesso de crédito, vendas forçadas e especulação, situações que caracterizam mercados imobiliários em crise. “Não há nada de anormal, estamos passando apenas por um período de ajuste do ciclo”, frisa.
A visão associativa é a mesma da iniciativa privada. O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Rio de Janeiro (Ademi-RJ), João Paulo Matos, comemora a expansão das regiões vislumbradas para novos negócios na capital fluminense, como a Zona Norte, e garante o segmento continua sadio. “Não há problemas na concessão de crédito imobiliário no mercado brasileiro”, constata.
“Não há nada de anormal, estamos passando apenas por um período de ajuste do ciclo”