6 de dezembro de 2016
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
O Produto Interno Bruto (PIB) da construção deve fechar 2016 com queda de 5,30%, projetou o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
A estimativa é pior que a anterior em 0,3%, realizada no início do ano e modificada após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre do PIB nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a terceira queda consecutiva do PIB da construção (-2,14% em 2014 e -6,52% em 2015), perfazendo um total de – 13,4% de 2014 a 2016.
Para 2017 o SindusCon-SP estima alta de 0,5%. Segundo o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a projeção de alta não se refere a uma melhoria das condições do setor, mas há uma base deprimida. “Esta é uma projeção que só vai acontecer se houver a aprovação de medidas macroeconômicas, como a PEC dos gastos, a reforma da previdência e a reforma trabalhista.”
Segundo análise do sindicato, a perspectiva para 2017 é de redução lenta da taxa de juros, mercado de trabalho e renda ainda em queda, baixa taxa de investimento e consumo das famílias fraco. “A melhora da confiança empresarial deve começar a se refletir nas decisões de investir a partir do segundo semestre”, complementa o vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan.
Emprego
Em outubro o nível de emprego na construção caiu 1,38% na comparação com setembro, a 25ª queda consecutiva. Em 12 meses o saldo negativo é de 441 mil postos de trabalho, deixando o estoque de trabalhadores no setor em 2,641 milhões. Em outubro de 2014, primeiro mês de queda, o estoque era de 3,57 milhões.
Nos primeiros nove meses do ano houve corte de 262.092 vagas. Desconsiderando efeitos sazonais*, foram fechadas 26.510 vagas em outubro (-1,01%).
Os dados são da pesquisa realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Segundo o presidente do SindusCon-SP, as sucessivas quedas no nível de emprego na construção demonstram que as medidas destinadas ao reequilíbrio fiscal, embora necessárias, têm que ser complementadas para estimular a economia.
“Os governos da União, dos Estados e dos Municípios precisam orientar suas gestões rapidamente para a captação de recursos privados nacionais e estrangeiros e direcioná-los para obras de infraestrutura. Novos estímulos ao crédito são necessários para ativar o mercado imobiliário. E as medidas e reformas para oxigenar o ambiente de negócios precisam conquistar a mesma prioridade conferida ao reequilíbrio das contas públicas”, diz.
Sondagem
A Sondagem da Construção do SindusCon-SP mostra que o empresário se mostra otimista quanto ao futuro, em especial no que tange a estímulos do governo para o setor, mudanças no segmento de mercado, crescimento no médio e longo prazo, melhoria do ambiente de negócios, entre outros itens. Todos estes itens estão acima dos 50 pontos, o que denota percepção favorável.
A escala da sondagem vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Isso quer dizer que valores abaixo de “50” podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável.
A perspectiva de desempenho também vem apresentando constante alta desde o fim de 2015, alcançando 37,20 pontos em novembro na comparação com o trimestre anterior. A alta contrasta com o desempenho presente, que atingiu apenas 25,68 pontos. Apesar do aumento dos dois itens que compõem a sondagem, ambos estão com uma base muito baixa.
Lançamento do Inacc
O SindusCon-SP também lançou o Indicador de Atividade das Empresas da Construção Civil (Inacc), que mostra de forma mais clara o ciclo das empresas formais da construção.
Realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas, o indicador capta a evolução da produção em termos físicos mesclando nível de emprego total nas construtoras, produção física de insumos típicos da construção e produção física de bens de capital para a construção.
Vale ressaltar que o PIB setorial, principal indicador de desempenho da construção civil, abrange tanto a atividade formal quanto aquela advinda das atividades das famílias e de pequenos empreiteiros.
Em setembro o Indicador de Atividade das Empresas da Construção Civil (lnacc) registrou queda de 13,71% na comparação com o mesmo período de 2015. Já a taxa acumulada do ano é de -19,3%.
Segundo o presidente do SindusCon-SP, o Inacc mostra que o pior da queda já ocorreu, mas que ainda haverá redução das atividades da construção civil formal. “Houve uma queda menos forte por causa da base de comparação. É preciso verificar como será a evolução nos próximos meses.”
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