18 de abril de 2017
Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel
O setor da construção perdeu 14.070 vagas em todo o Brasil em fevereiro, queda de 0,56% em relação a janeiro. Esta é a 29ª queda consecutiva, deixando o estoque de trabalhadores no setor em 2,48 milhões. Na comparação com fevereiro de 2016, houve queda de 13,95%. Em outubro de 2014, primeiro mês de variação negativa, o estoque era de 3,57 milhões – queda de 1,08 milhão de postos de trabalho. Desconsiderando efeitos sazonais*, a queda é de 1,12% em fevereiro (-28.486).
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
“A intensificação do desemprego na construção resulta da redução contínua do volume de novas obras, decorrente do prolongamento da recessão econômica”, analisa o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.
A expectativa da entidade é de que este quadro somente se reverterá quando, além do prosseguimento da queda da inflação e dos juros, forem tomadas medidas efetivas para a reativação da economia. “Por isso é tão relevante a aprovação das reformas trabalhista e da previdência, melhorando o ambiente de negócios e proporcionando segurança jurídica ao emprego formal”, comenta Romeu Ferraz.
Segmentação
Em fevereiro, na comparação com janeiro, os segmentos que mais apresentaram queda foram Obras de instalação (-0,82%), Imobiliário (-0,79%) e Obras de acabamento (-0,65%). Em 12 meses, as maiores baixas são Imobiliário (-16,96%), Obras de acabamento (-13,52%) Infraestrutura (-13,50%).
Por regiões
De todas as regiões do Brasil, apenas a Sul registrou alta, 0,44%. Houve queda nas regiões Norte (-1,95%), Nordeste (-0,82%), Sudeste (-0,71%) e Centro-Oeste (-0,07%).
No Sudeste, as maiores quedas foram no Espírito Santo (-2,14%), Rio de Janeiro (-0,99%) e São Paulo (-0,66%). Na região Norte, o Pará e o Amazonas registraram queda de 3,57% e 1,83%, respectivamente. Roraima (5,32%) e Amapá (2,17%) tiveram alta.
No Nordeste, os estados que tiveram maiores baixas foram Maranhão (-2,80%), Bahia (-2,18%) e Piauí (-1,78%). Na outra ponta, Ceará (1,39%) e Paraíba (0,33%) registraram alta. No Centro-Oeste, apenas Mato Grosso do Sul teve alta (0,75%). Por outro lado, houve queda em Mato Grosso (-0,96%), Distrito Federal (-0,23%) e Goiás (-0,22%).
Já no Sul, todos os estados tiveram alta: Paraná (0,80%), Santa Catarina (0,48%) e Rio Grande do Sul (0,01%).
Estado de São Paulo
Em fevereiro houve queda de 0,66% no emprego em relação a janeiro. O estoque de trabalhadores foi de 694,6 mil em janeiro para 690,1 mil em fevereiro (-4.577). Em 12 meses, são menos 96.006 trabalhadores no setor (-12,21%). Desconsiderando a sazonalidade**, houve redução de 1,12% (-7.840 mil vagas).
Na comparação fevereiro contra janeiro houve queda em todos os segmentos, sendo as maiores em Imobiliário (-1,21%) e Obras de acabamento (-0,83%).
Na capital, que responde por 43,44% do total de empregos no setor, a queda em fevereiro na comparação com o mês anterior foi de 1,05% (-3.160 vagas). Em 12 meses, São Paulo registra retração de 14,10% (-49.022 vagas).
Entre as Regionais do SindusCon-SP, tiveram alta Presidente Prudente (1,66%), São José do Rio Preto (0,66%) e Ribeirão Preto (0,65%). Na outra ponta, as maiores quedas foram em Santos (-2,22%) e São José dos Campos (-1,20%).
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.